domingo, 16 de novembro de 2008

Ele

Evitava seus olhos, temendo que se escoassem dentro dos meus, visse minha alma gritar seu nome. Despia meu corpo vestido de noite - só, com a intesidade da vígilia -, e me fazia nua, transparente e frágil. Ao seu gosto. Senti que quebraria em inúmeros pedaços, com o menor toque seu. E, ainda assim, anseava por ele.

O sangue forçava passagem pelas veias pulsantes, que serviam de fervoroso compassso para a sinfonia vinda do mar. A calmaria passou e o vento nos soprava desordenado. O bater das ondas nos penhascos era a única voz que se pronunciava. Esculpia a história. Nem eu, nem ele, ousávamos fazer uso de palavras: nenhuma a ser expelida por lábios trêmulos. E, ainda assim, anseava por elas.

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